Quando os incêndios florestais em Portugal corriam o risco de ficar fora de controlo, as autoridades pediram ajuda ao Mecanismo de Proteção Civil da UE. Graças à vigilância e alerta antecipado do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), os aviões de combate a incêndios da Grécia foram pré-posicionados em Portugal e entraram imediatamente em ação.
As alterações climáticas têm levado a ondas de calor mais frequentes e intensas, o que aumenta o risco e a gravidade dos incêndios.
Em 2022, os incêndios varreram o Parque Natural da Serra da Estrela, queimando cerca de 25.000 hectares de floresta, afetando a vida selvagem local, como lobos, águias-reais e falcões-peregrinos.
Mesmo antes do início dos incêndios, os mapas de previsão da UE indicavam um risco muito elevado.
Para ajudar Portugal a preparar-se, o Centro de Coordenação de Resposta a Emergências (ERCC, na tradução em inglês) da UE enviou 2 aviões de combate a incêndios da Grécia para as áreas de alto risco. O alerta antecipado significava que, uma vez deflagrado o incêndio, os pilotos de combate a incêndios poderiam começar a trabalhar para extinguir imediatamente as chamas.
Usar dados para uma resposta rápida
“Em Portugal, estamos a assistir a incêndios muito intensos. Estão a ocorrer fora da época dos incêndios tradicionais e em áreas onde não aconteciam antes", diz Jesús San-Miguel-Ayanz, líder das equipas do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais(EFFIS, na tradução em inglês) e do Sistema Global de Informação sobre Incêndios (GWIS, na tradução em inglês) no serviço científico da UE em Ispra, Itália.
Com base em fatores como a falta de chuva, vegetação seca, temperatura e velocidade do vento, peritos como San-Miguel-Ayanz analisam o perigo de incêndio.
Com esta informação, tanto a UE como as autoridades nacionais podem decidir como alocar os recursos de combate a incêndios para que estejam prontas a agir.
Em agosto de 2022, depois do EFFIS ter identificado que o risco de incêndio em Portugal era elevado, o ERCC pré-posicionou dois aviões Canadair gregos - hidroaviões 'cisternas de água' que podem dispersar água sobre a área afetada para extinguir rapidamente o incêndio - em Portugal.
Levantar voo para ajudar os congéneres europeus
Graças a este pré-posicionamento, Stefanos Karpetis - um piloto grego com mais de 2.000 horas de experiência a pilotar aviões Canadair - e a sua equipa puderam entrar em ação quando necessário.
Após a descolagem, os pilotos recolhem água nos tanques do avião a partir de um lago, rio ou do mar. Depois, coordenam-se com a tripulação em terra para encontrar o local mais seguro e eficaz para libertar a água.
Durante o processo de combate aos incêndios, o papel do staff do ERCC da UE em Bruxelas é fundamental. O Centro coordena a distribuição de assistência dos 27 países da UE e dos 8 Estados participantes no Mecanismo de Protecção Civil da UE. Neste caso, garantiram uma colaboração tranquila entre as autoridades portuguesas, os pilotos gregos e os trabalhadores por toda a Europa.
"A preparação e a boa resposta no combate a incêndios aéreos exige um número suficiente de aviões, helicópteros e pilotos experientes disponíveis. Quando as capacidades de resposta nacionais são sobrecarregadas, o país pode ativar o Mecanismo de Proteção Civil da UE para pedir uma resposta internacional coordenada, rápida e eficaz", explica Karpetis.
Apesar da gravidade, os incêndios ficaram sob controlo
"Os colegas portugueses foram excelentes", diz Karpetis. "Gostei muito de cada um deles, e quero agradecer-lhes pela ajuda que prestaram à nossa equipa. Quando o incêndio está finalmente extinto e percebes que contribuíste para esse resultado, é realmente gratificante".
novas aeronaves ligeiras em 2023
novos helicópteros em 2023
mais de capacidade de resposta em 2023
Após uma época de incêndios recorde em 2022, a UE propõe o aumento do orçamento da rescEU – a frota de combate a incêndios financiada pela UE - para 170 milhões de euros e quer duplicar a sua capacidade, antes da época dos incêndios de 2023.
A frota melhorada terá até 12 aeronaves ligeiras adicionais, 3 novos helicópteros, e mais equipas terrestres pré-posicionadas.
O mais recente mapeamento e análise de satélite vai orientar essas equipas. Ao longo da sua carreira, San-Miguel-Ayanz tem visto enormes melhorias na resolução e velocidade do mapeamento por satélite que utiliza. Melhorias como esta ajudarão os países a prepararem-se e a responder aos incêndios no futuro.
"Vou continuar a melhorar a informação que temos e a precisão dos nossos modelos de análise do comportamento do fogo. Temos de determinar onde é que os incêndios terão o próximo impacto", diz San-Miguel-Ayanz.
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